Dois jovens arretados do interior da Paraíba (e bota interior nisso), chegaram à cidade grande com muita vontade de dar certo. Algumas receitas na manga, quase nada de experiência e sem nenhum tostão no bolso. Como força de vontade não enche o bucho de ninguém e o tostão não dava nem pra comprar o pão, o remédio foi apostar nas receitas como o segredo de sucesso.
O caldo de mocotó deu início em 1977 a uma grande união de temperos e sotaques que tornou a Cantina do Zelão um dos pontos de referencia do Grande ABC. O primeiro estabelecimento foi aberto na Rua Marechal Deodoro nº 2583, esquina com a Rua João Bassos, famosa por ser a Rua do Sindicato dos Metalúrgicos.
Todos os dias, das 5 da manha até a meia noite, o casal tentava conciliar o trabalho no pequeno negocio, com as tarefas familiares que a cada dia aumentavam. Na época, esperançosos por uma vida melhor, boa parte dos irmãos, primos, sobrinhos, enfim, um batalhão de Alves e Dantas, também deixou a Paraíba para tentar a sorte na cidade grande. Ainda bem que em casa de nordestino tem sempre lugar para mais um e se não tem cama, é só armar uma rede. Assim com uma casa cheia de redes que os negócios começaram a prosperar.
Em 1989, foi inaugurada a Cantina do Zelão na Rua Jurubatuba nº 926. O trabalho mudou, mas não diminuiu. “Trabalhávamos feito jegue baiano”, conta brincando Dona Lúcia, ao se lembrar dos tempos mais difíceis. Hoje, a luta é por manter a qualidade, o ambiente familiar e um publico que além de muito diversificado, se mantêm fiel desde os tempos do sindicato, motivos que enchem de orgulho o coração da Dona Lúcia e seu Zelão.